![]()
|
||
Carta do Rei do Congo ao papa
A foz do rio Congo foi uma etapa decisiva na progressão dos portugueses para a costa sul-africana. Ficava definitivamente afastada a sugestão segundo a qual o hemisfério Sul era inabitável, enquanto se desenhavam os contornos reais de África, até ali desconhecidos.. O desembarque de Diogo Cão deu-se ainda em 1482 e a implantação do primeiro padrão português marcaram os movimentos das armadas. Diogo Cão voltava ao Congo em 1485 com os reféns que de lá trouxera, iniciando, verdadeiramente as relações diplomáticas com os reinos locais e inaugurando a missionação portuguesa em África. É por esta via que Portugal promove uma política de aculturação inserida no seu vasto projecto de domínio macro-imperial, dimensão que D. João II impôs aos contactos com as etnias africanas do reino do Congo (“alguus deles acertaram de ser homes Fidalgos”), e logo com repercussões imediatas (“E lhe pedia (o Rei do Congo) que certo moço pequeno do seu Reino (...) lhes mandasse fazer cristão e ensinar a ler e escrever”), donde resultaria o acolhimento de bolseiros zairenses e até a nomeação de um bispo negro para o Congo. Na carta de 1512 aqui apresentada documenta-se a troca de correspondência entre o rei congolês e o Papa Júlio II para a convergência diplomática necessária e a troca de embaixadas. |
||