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Oratório
Oratório portátil indo-português. Corresponde a uma série de oratórios, do mesmo período, eventualmente tardios, mas que denotam a adopção de um formulário compositivo plenamente europeu, pese embora os indianismos evidentes. De facto, o corpo central do oratório constitui uma peça de autêntica micro-arquitectura, com a sua cúpula bolbosa e, especialmente, as quatro colunas salomónicas. Pode dizer-se que o vocabulário barroco se adequava às especificidades do trabalho de marcenaria e de escultura indianos. As folhas das portas, no interior, mostram, em relevo, nichos com imagens de santos, decerto de devoção particular uma vez que o oratório teria um destino singular ou individual. O tema central é o da Virgem, debaixo do baldaquino arquitectónico, inserta numa mandorla ou resplendor. Uma vez mais verifica-se um traço que é comum a muita da arte ›miscegenada‹: é que, se algumas das formas parecem servir os modelos ou os gostos dominantes na altura, denotam, por outro lado, e simultaneamente, um apego a formulários que, na arte europeia, podem considerar-se ›medievais‹, designadamente na iconografia e na organização dos motivos e temas, fruto de concepções locais e da difusão de modelos ›de rectaguarda‹ – gravuras, por exemplo, peças portáteis mais antigas – que serviam de inspiração aos artífices locais. |
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