Collection Rijksmuseum Amsterdam

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Prólogo | Portugal na Idade Média | Acervo existente | As Descobertas | Cartografia e Náutica

Novos Mundos – Velhos Impérios | Portugal no Ultramar | Os Gabinetes de Curiosidades

Portugal no século XVI | Conflitos internacionais | A imagem do Outro

 

 

IV. As Descobertas

A dinastia de Avis, em 1385, e a anterior definição de objectivos relativos às expedições navais, no espaço Atlântico, pelo Infante D. Henrique, marcam o verdadeiro início da ›Época das Descobertas‹. O Cabo Bojador forma, durante muito tempo, uma barreira incontornável devido às perigosas correntes marítimas, mas também por haver a ideia de que as regiões a Sul deveriam ser inabitáveis. Finalmente e após várias tentativas, Gil Eanes, ao serviço do Infante D. Henrique, atravessa o Cabo Bojador, em 1434. Gradualmente, as viagens marítimas conduzidas por portugueses vão alargando as fronteiras, para Sul do mundo que a Europa então conhecia. Em 1443, Nuno Tristão chega à costa da actual cidade mauritânea, Arguim, onde poucos anos antes se tinha iniciado a construção da primeira feitoria portuguesa. Em 1444, Dinis Dias consegue chegar a Cabo Verde, o ponto mais ocidental do Continente Africano.

 

Na viragem do século XV para o XVI, seguiram-se então, num espaço de pouco mais de trinta anos, as famosas viagens das ›Grandes Descobertas‹. Em 1488, Bartolomeu Dias é o primeiro navegador a dobrar a ansiada ponta Sul de África. Em 1492, o genovês Cristóvão Colombo, cujos planos não lograram qualquer apoio por parte do reino português, faz-se ao mar, com o apoio de Espanha e segue pelo Atlântico, rumo a Ocidente e embora não chegue à Índia, como esperado, chega sim a um mundo de ilhas, até então desconhecido da Europa, que vem a revelar-se ser todo um Continente: a América. O caminho marítimo para a Índia acaba por ser descoberto em 1498, por Vasco da Gama, através da rota do Oriente. Pedro Álvares Cabral toma o Brasil, para a coroa portuguesa, em 1500. Depois do Continente Americano se tornar conhecido, um outro italiano, Americo Vespúcio, viajou, em nome da coroa portuguesa, ao longo da costa oriental da América do Sul, entre 1501 e 1502. De 1519 a 1521, seguiu-se a primeira circum-navegação do mundo, levada a cabo por Fernão de Magalhães, um português ao serviço de Espanha.

 

Portugal e Espanha procuraram regulamentar, por meio de tratados, as respectivas aspirações pelo domínio de territórios das novas regiões descobertas. No entanto, até na própria Europa a resistência não se fez esperar. O rei francês, Francisco I, por exemplo, fazia parte daqueles que não reconheciam estes acordos. Numa nota diplomática, atribuída à sua autoria e endereçada ao rei de Espanha ergue a sua voz, contra as áreas de influência negociadas entre os Estados da Península Ibérica, com as seguintes palavras: »...mas o Sol brilha tanto para si como para os outros, e ele [Francisco I] gostaria de ver o Testamento de Adão, para verificar como este repartiu o mundo.«

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Retrato de Vasco da Gama
Escola portuguesa, século XVI
Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga

Carta de Cristóvão Colombo do ›Novo Mundo‹
Roma, 1493
Berlin, Deutsches Historisches Museum